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OS JOVENS TAMBÉM TÊM OPINIÃO SOBRE OS ASSUNTOS DO DIA-A-DIA, DO PAÍS E DO MUNDO! ESTE É O BLOG ONDE ESSA OPINIÃO CONTA. DÁ-NOS A TUA. SER JOVEM É UM ESTADO DE ESPÍRITO (e segundo a lei é dos 14 aos 30 xD)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mónica

"Cobardia era um adjectivo que não constava no dicionário de Mónica. Entretanto, muita coisa mudou e Mónica deixou os pensamentos positivos, com as fotografias que guardava como recordação, de há dez anos atrás. Sorrisos meigos não aderiam ao seu rosto cabisbaixo. Lágrimas cristalinas, atitudes impensáveis e um modo de vida totalmente irreconhecível.
João, seu pai, falecera há quatro anos, no auge de Mónica. A cumplicidade e a sua postura perante a família eram dignas.
Nestes anos, ela não teve uma adolescência. Não chorou por coisas banais nem acabou e recomeçou namoros. Durante esse tempo, ela ficou entre quatro e somente quatro paredes, sem chorar, sem sorrir ou sem manifestar qualquer tipo de sentimento. O que existira dentro dela era só o vácuo que a tinha invadido depois do sucedido.
Nem pena, nem ódio, nem medo…
Nada a devastou, nada de nada. Mónica passava os dias deitada, sentada, quiçá de pé. Não importava…
Sem música, sem vozes. Toda ela era vazia…
Isolada talvez fosse o melhor adjectivo para a qualificar…
Nos quatro anos anteriores, não houve escola, nem ocasiões especiais. A sua mãe, Natália, guardava todos os presentes que lhe comprava, e ela recusava abri-los. Este era o quinto Natal que ia passar assim, sem proferir uma única palavra, sem curvar um único sorriso dos seus lábios. O olhar era profundo, tão profundo que nem mesmo a mãe o conseguia tocar. Mónica não aceitava psicólogos, médicos ou qualquer outro tipo de ajuda. Família, amigos (que agora não tem mais), ninguém precisava chegar-se ao seu lado, pois era inútil simplesmente. Mas, havia outra coisa, outra qualquer coisa que ela fazia: escrever. E tudo o que ela pedia à mãe eram canetas e cadernos, e que nunca se acabassem… A mãe, sem saber mais que fazer, todas as prendas que ela lhe podia dar, era isso…
Um dia, uma folha solta do caderno de Mónica voou, e o vento fez com que chegasse às mãos da sua mãe, talvez coincidência… Natália, estava a passar no quintal, quando viu algo amarrotado e sujo, e decidiu pegar-lhe. Teve a certeza que era a letra de Mónica… Hesitou, é certo. Mas, ao fim de uns segundos…

Sem ponta por onde pegar,
Eu escrevo da solidão…
Que me agarro, e quero mandar,
Do sopro em mim, no coração.

Sem medos, sem horizontes.
Eu fujo do que me afugenta,
Quero beber água das fontes,
Como toda a gente bebe, e aguenta…

Sou fraca, tenho a noção,
Recuso ajuda de quem me quer bem.
Minha música faço, com imaginação,
Para não me sentir com, mas sim sem.

Meus olhos vazios de fragilidade,
Eu bato e volto a bater,
Tenho receio de sentir saudade…
Eu não sabia o que era perder
.”

Os olhos de Natália encheram-se de lágrimas e deixou-se devorar pela poesia. Ela nunca tinha lido nada assim.
Ela desejou que a filha nunca estivesse assim, ela queria passar uma borracha e apagar o sofrimento, mas sabia que essa missão era impossível…"
Hoje decidi meter aqui algo que gostassem de ler, que vos desse entusiasmo... Este é um exemplo de uma pequena história de entre muitas outras que vos vou mostrar ao longo do tempo. Comentem bem, ou mal ;)
Beijinhos,
Danihell

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Campos de Férias

C

omo todos já devem ter reparado estamos em plena época balnear, o sol raia nos céus, altas temperaturas atormentam todo e qualquer pacote de manteiga guardado fora do frigorifico, o que para todo o estudante é sinonimo de férias, praia, amigos, saídas à noite, enfim pura da loucura, afinal de contas, todo o adolescente vive para esta altura do ano não me digam que não. Mas apesar de tudo isso, há pais que teimam em trocar as voltas aos filhos, ou tentar fazê-lo, de alguma forma, nesta altura, estou pois a falar da segunda notícia mais passada nos telejornais logo após a actualização da gripe A: campos de férias.

Pois é, qualquer um de nós pode ligar o telejornal e contar, todos os dias, as pseudo -reportagens que aparecem a cada noticiário para nos dar a conhecer mais um campo de férias. O jornalista começa por apresentar o recinto do campo; fazer a típica entrevista ao rapaz/rapariga que estão a adorar passar aqueles dias ali, meio desterrados muitas vezes no meio do nada; passando depois a palavra para os instrutores que se gabam das suas medidas rígidas a que sujeitam todos os inscritos, cujos pais pagam uma fortuna para deixaram os seus filhos ao cuidado de pessoas totalmente desconhecidas durante uma ou duas semanas (ou até mais) privados de muita coisa que nem na escola ou em casa o são; tudo isto intercalado obviamente com muitas imagens de actividades super divertidas e de crianças super alegres a desfrutarem de tudo o que, em casos normais, seriam talvez repudiados pelos mesmos; imagens de incrível “frescura” e muita adrenalina que convencem até o velho mais caquéctico a ter desejo não só de depositar todo e qualquer neto que, nesta altura, não lhe largam a porta de casa para lanchar levando-o até a ponderar se não seria até bom para ele mesmo lá passar uns dias (mas sem os netos, claro); terminando, sem descorar medidas de segurança presentes, com uma análise curta aos preços das estadias, assumindo-os como muito normais e perfeitamente justificáveis com o tipo de serviço prestado, até já cheguei a ouvir a palavra “saldo”, e alguns jornalistas chegam mesmo a referir dados estatísticos comparativos com anos anteriores referentes à adesão dos mesmos campos.

Vê-se de tudo: desde o típico acampamento em tendas no meio do mato; ao alojamento em antigos conventos; aos aquartelamentos militares transformados em pseudo – academias; ao campo perto da praia repleto de actividades como mergulho, surf, etc., todas elas como extra do contrato e pagas a preço de ouro; até à vida numa quinta onde todos se dedicam ao cultivo, ao tratamento da horta e das vinhas se houver (bela forma de tratar das terras, já nem se dedicam à mão de obra mal paga de leste, recebem para esta ser tratada por miúdos de 16 anos cujos pais têm mais que fazer do que os aturar nas férias).

No meio disto tudo a parte mais esquecida, mas a mais atingida, por tudo isto são os adolescentes e a sua vontade. Acredito, e não o nego, que muitos ou mesmo a maioria se divirtam com estes ditos campos de férias aos quais gosto de chamar de depósito de crianças. Acredito que seja até divertido travar novas amizades, conhecer novas pessoas, passar uns tempos em ambientes desconhecidos até então, travando conhecimentos e experiências com a natureza e com outros da sua idade. Eu próprio me convenço, quando vejo as imagens, de que seria óptimo para mim lá passar uma semana… (convenço mesmo), mas depois vou ver e já tenho quase 19 anos, ou seja a idade da maioria dos instrutores que cuidam dos mais novos durante as actividades.

Que isso, o divertimento, seja verdadeiro e exista, acredito e acho ponto assente. A questão é outra para mim. A questão, no meu ponto de vista, reside em qual o preço a pagar por isso e quando falo de preço não falo de valor monetário propriamente porque esse já nós sabemos que é elevado. O preço que a sociedade e cultura em família vão pagando é que para mim são importantes.

Todas as actividades que vemos serem divulgadas durante as reportagens servem de chamariz a todos os familiares a deixarem as suas crianças ao abrigo destas instituições durante estas férias, porque a sociedade cria calendários escolares que não são compatíveis com os calendários de trabalho, onde os pais depois não têm nem tempo, nem paciência para “aturar” os filhos durante estes meses e depois, todas estas actividades que, acho eu, mereciam ser passadas em família, valorizadas entre irmãos, como passagem de testemunho de pais para filhos ou simplesmente um bom fim-de-semana em família, enaltecendo o papel e o valor desta, não, são antes pelo contrário um descoro destes valores. E olhem que aqui a questão nem entra pela alteração do calendário das escolas ou algo parecido que possam estar a pensar, aqui a solução entraria por não se preferir o comodismo de entregar os filhos à porta de um acampamento ou seja o que for, por, em vez disso, pegar neles e ir passar um ou dois fins-de-semana fora, leva-los em visitas ao trabalho, inscreve-los em instituições de voluntariado, etc.

Juntando a isto tudo a facilidade com que as televisões se vendem, passando inúmeras reportagens de publicidade a estes campos, alguns até patrocinados por eles ou por empresas que pertencem ao mesmo grupo ou filiais suas, tudo isto em horário nobre. As televisões privadas, bem, ninguém lhes pode dizer, para além de mudar de canal, o que devem ou não passar, mas acho que, na televisão pública, que tem como dever fornecer um serviço público, podiam parar de aparecer notícias destas ou melhor, publicidades destas constantemente há hora de almoço ou do jantar. Classifico esta “prostituição” da televisão à publicidade barata denotativa e pejorativa de valores familiares, manipuladora de mentalidades e atitudes, de triste. Aliás, vergonhosa.

Mas, como tudo isto se passa numa sociedade livre, em Portugal, onde ainda não se explicou a ninguém o limite da liberdade, onde uns acham que se não são influenciáveis e donos de si, mas depois andam com t-shirts da banda tal ou vestem os mesmos calções que os gajos dos morangos; como vivemos num pequenino local a beira-mar plantado onde os autocarros de transportes públicos são iguais aos utilizados em países subdesenvolvidos; como se vive num pais onde a palavra sexo, ou homossexual são estigma, onde estes nem se quer podem ser dadores de sangue (mas isto fica pra outra rubrica); como vivemos aqui, onde as pessoas ainda são julgadas pelo tamanho da carteira, pelas fofoquices e pelos carros que têm estacionados à porta; a única solução que tenho para este problema seria: pedir um subsidio à CM comprar uma fábrica abandonada, fazer dela uma espécie de quartel e dar-lhe um nome todo catita, ligar para as tv’s, fazer uma reportagem toda gira sobre o meu campo de férias e só com um mês de negócio pagar todos os investimentos.

Acho que seria ser “tuga” como se deve de ser, num país onde a frase “junta-te a eles” é lei, onde todos sabem da corrupção e só os que levantam o dedo são punidos, sujos como a lama e fracos como a revolução, que parece ter virado muitas casas de pernas para o ar, mas que, de pernas para o ar, só alguns ficaram.

terça-feira, 28 de julho de 2009

E agora algo completamente diferente!

Hoje era para fazer uma coisa completamente diferente…

Mas como não tenho internet em casa até ao fim do mês, vou fazer apenas uma coisa diferente (ao contrário de completamente diferente!).

Hoje venho-vos falar sobre pitos e pitas! Sim, aquelas pessoas que rondam os 13/16 anos e que apesar de curta diferença de idades, já não os fazemos como “da nossa geração”!

Todos nós já fomos pitos! Todos nós já fizemos coisas de que não nos orgulhamos, todos nós já fizemos coisas só para chamar a atenção, e a maioria de nós já passou essa fase! (os que não passaram continuam a ser pitos! AHAHAHA)


E agora vou contar uma história sobre uma pita:

“Era uma vez uma pita que estava na praia com as amigas, também pitas, a beber um refresco! De repente aparece um pito. Elas olham todas para o pito e gostam do que vêm! A pita mais malandra do grupo faz-lhe logo uns olhinhos e um sorrisinho vendo ali a oportunidade de mais uma boa amizade. O pito feito guloso não desperdiça a oportunidade e faz-se logo ao piso e começam (claro) a trocar mensagens por bluetooth (pois a conversação verbal já não é IN!):

Pito: Oláaah!
Pita: Oihxx!
Pito: Td bem cntg?
Pita: Tah tudoh buehxx deh fixxehh! i contiguh?
Pito: Tb! :-)
Pitah: OlHaH dAxMeH oH tEhUh LiNkE dOh HaIfAiVeH???
Pito: Ah?? ^o)
PiTaH: NaOh TeNxXx HaIfAiVeH? BaH eXx FuLeHiRoH!! ByEeH!!

E pronto! Assim acaba o começo de uma bonita amizade! Ela continuou a beber o refresco, ele foi ao banho porque já estava a ficar erecto, e é mais ou menos assim a geração deste pessoal! Só me pergunto como será a próxima!!!

P.S. – A sério que tinha pensado numa cena mesmo brutal! Mas não deu! Fica para a próxima! Não percam!

P.S.S. – Como prometi na semana anterior, aqui fica uma fotografia minha, num momento mais JOVEM!
- Algumas horas depois, mas já está!!! A PROMETIDA!!!! BUE JOVEM HA???

segunda-feira, 27 de julho de 2009

"Michael Jackson... Dead or Alive?"

Boas, pessoal...

Cá estou eu mais uma vez para escrever qualquer coisa para animar aqui o nosso grande blog! Espero que tenham gostado do meu primeiro post... Agradeço todos os comentários e feedback... Esta semana estive a pensar sobre o que iria escrever e não queria simplesmente postar algo comum e vulgar, portanto hoje resolvi colocar um tema que MUITA gente gosta, mas do meu ponto de vista... esse tema é...


"Michael Jackson... Dead or Alive?"

Ok, o título é estranho... dado que toda a gente sabe que MJ morreu no passado dia 25 de Junho... A questão é: "Porque é que as pessoas só se lembraram dele após a sua morte?" Sim, é pena, mas é verdade... Faz-me impressão a falsidade das pessoas... conheço gente que há 3 meses nem sabia distinguir o Michael Jackson do Michael Jordan e que agora defendem o rei do Pop quase com a sua própria vida! Mas porque? Gostam muito dele? Porra, gostam tanto dele que se esquecem completamente dele até ele morrer? Sim... é que desde que MJ perdeu aquela sua fama brutal, que lhe rendeu uma data de Grammys, que já não se ouvia uma musica dele... Nem uma simples noticia dele... Ah e o mais cómico foi ver reviewers de musica que tinham dito que o seu ultimo álbum era "Mau!" a mudarem a palavra de repente dizendo que o álbum era um "Must buy!"... e toda a gente o compra agora! Quando dantes desprezavam o CD... isto merece um grande LOL!

Que raio de lavagem cerebral é que esta gente sofreu? Eu tenho noção que MJ foi um nome importantíssimo para a musica, tanto que merece estar no Hall of Fame, mas não sou fã, nem nunca fui... nem nunca hei-de ser só porque ele morreu! E por isso não ando aí a re-ouvir as musicas dele quando antigamente não ouvia!

Mas esse não é o pensamento de todos... gente que o acreditava como pedófilo... amo-o agora... gente que apenas o conhecia pelo seu famoso passo de dança com os pés... anda agora na rua a cantar "Billie Jean is not my lover..."... Eu só acho que é desrespeitoso para com o mesmo... Mas é apenas a minha opinião... A mim não me faz impressão nenhuma que ouçam Michael Jackson até porque gosto de duas ou três musicas dele que já ouvira ANTES da sua morte... Agora, qual é o objectivo das pessoas ao prestar este culto repentino ao "Rei do Pop"? É tentar revive-lo? Ou tentar passar uma imagem de "Oh... coitado, eu gostava tanto dele... queres ver? Até vou comprar os CD's dele e ouvir as musicas TODAS dele!!!"...

Gostava de saber a vossa opinião até porque sei que muitos dos leitores devem ter uma opinião contrária à minha e então que "debatam" o assunto... mas com respeito e argumentos construtivos, por favor...

P.S.: Quero deixar claro que respeito o Michael Jackson, apenas não comprei nenhum álbum dele nem é meu costume ouvir as musicas dele...

P.P.S.: Não vou deixar aqui um video do mesmo porque senão iria estar a contradizer-me no post!

Um abraço e um Beijinho,
André Patrício

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tabagismo



“A Organização Mundial de Saúde garante que o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo.” Hoje é este o tema: tabagismo. Um vício ou uma moda? Deixo a pergunta no ar… Num inquérito de 2006 foi visto que mais de 1,8 milhões da população fuma. Parece que de 2007 para 2008 o consumo de tabaco, baixou com um número de onze mil. O que é certo é que os fumadores já gastaram três milhões de euros em medicamentos, adesivos e pastilhas de nicotina. Em Janeiro deste ano, a nova lei do tabaco fez cair 16% das vendas.
Para além do quanto prejudica a saúde e a carteira, vem o facto de não se poder fumar em alguns locais fechados. Pelo que li, há cada vez menos fumadores. Mas, quando passo numa esquina, por vezes vejo mais uma cara jovem conhecida, e está já com um cigarro na boca. Penso “também já fuma…”. Segundo o que se vê, sem contar com estatísticas parecem haver cada vez mais jovens a fumar, e os mais velhos a comprar pastilhas de nicotina e medicamentos para deixar de fumar. A sociedade jovem portuguesa é um meio muito influenciável, e a faixa etária da minha idade essencialmente deixa-se levar com facilidade quando entramos nos supostos grupos de amigos mais velhos, quando começamos a sair ou quando nos dão alguma liberdade. Lá está, é que se começa a fumar por moda e acaba num vício! O problema é que a maioria da população jovem começa a fumar porque é giro, ou porque o melhor amigo fuma, e acaba viciado também. Depois não consegue largar porque não consegue sem medicação e não tem dinheiro, e vai cravando aqui e ali, e como o vizinho do lado até lhe devia uns cigarros, agora é altura de lhos pedir.
O dinheiro que damos por um maço de tabaco é um absurdo, e a culpa é mesmo dos fumadores que continuam a comprar e a consumir cada vez mais e mais. Li que neste mesmo ano um maço de tabaco pode vir a custar 4€! E alguns já quase custam esse preço, mas a malta mais jovem nem quase repara, pois optam quase sempre pelos mais baratos, ao contrário de adultos que já fumam há vinte anos e continuam com a mesma marca cara do que quando era uma bagatela. Está provado também que em maioria, fumadores são do sexo masculino.
“O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.” Tinham noção destes valores? Aposto que muita gente não esperava ler isto. “Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o tabagismo passivo, a 3ª maior causa de morte evitável no mundo (…)” Bem, desta é que não estava mesmo à espera.
A verdade é que quando fumamos, não nos estamos só a prejudicar a nós; o pior são os que não têm culpa, e têm que levar com o fumo à mesma. O problema de muitos portugueses é que sabem que estão a fazer mal, e ainda arrastam gente atrás.
Brindo-vos, então, com um texto meu que tem a ver com fumadores na adolescência que não se preocupam com o seu estado de saúde, mas ainda assim têm certos medos:



“Pego com suavidade no último de todos do maço. Trago a caixa cheia até ao cimo de fósforos inocentes, tão apagados como a luz da varanda que agora acendo. Fecho a porta do quarto devagarinho como se nada fosse acontecer, como se de tudo, nada tivesse acontecido…
Agora, de porta fechada e varanda entreaberta, o chão morno espera-me como algumas vezes já esperou, e me recebeu. Eu sento-me e acendo-o apenas com um fósforo que queima em segundos com o vento a torcer pela sua força. A brisa extinta exerce pressão sobre o meu corpo que agora relaxa poisado nas lajes rectangulares. O meu pai já dorme, a minha irmã foi de férias e a minha mãe está sentada na rua com vontade de fumar um cigarro que nem deve. Eu, esbaforida, fumo-o como o último de mais uma caixa de cartão que custa mais do que muitas pastilhas. Nada vai, nada vem, nada sai nem entra em mim, que eu desconheça.
O cigarro vai queimando em poucos minutos e soam barulhos de fora. Terá o meu pai acordado? Paro. Tenho receio de que me veja com um cigarro em mãos. Estará ele à porta do quarto, à espera que saia com a caixa de fósforos na mão? Não. São só ruídos de uma porta de carro a bater lá em baixo. E eu, nesta noite, do terceiro andar, escuto todos os passos que dão. Não falo, nem penso sequer. Apenas fumo, tal como deve ser… O que fará a nicotina deixar-me assim? Será a calma que trespassa, a adrenalina, as explicações possíveis que teria de dar ao verem-me como mais um? Fumo-o até às letras pequenas que dizem ‘Chiesterfield’ e esmago-o na saliva que deito sobre algumas folhas de papel dobradas. Atiro-o borda fora, tal como o fósforo queimado. Acendo as luzes e guardo a caixa dentro da gaveta, onde se encontrava. Bebo um gole de água, volto a apagar as luzes que reacendera há pouco. Como algo doce que me faça esquecer o seu sabor, o aroma de compostos que matam, recentemente impostos na minha boca. Eles vão-me sugando o oxigénio sem medo, tal como esse medo que tinha do meu pai já se foi. Eu sempre fui inocente, acho que é o que ele pensa. Não se passa nada, nunca passou. Que cigarro? Já se apagou, espreitem da varanda do meu quarto…”

Olá, eu sou a Daniela Ermitão, a cara mais jovem e feminina da nova iniciativa Fórum Jovem. Tenho 15 anos, vou iniciar o 10º ano na área de ciências e tecnologias e vivo na Torre da Marinha (Seixal). A minha grande paixão é o Alentejo (Borba principalmente) e entre esse, outros grandes vícios: a escrita, o canto, as danças de salão, as séries do AXN de manhã, à tarde e à noite, os meus amigos e o Verão em si. Sou das pessoas mais stressadas e impacientes que conheço. Não dou ouvidos a terceiros, não me escondo de ninguém, não tenho medo do que faço e nunca me arrependo das minhas atitudes. Não penso duas vezes antes de agir e sou muito impulsiva. A poesia corre-me nas veias e já tenho dois livros, mas que não estão editados. Mais tarde, quero seguir Psicologia e vou apresentar-vos todo o meu tipo de escrita.


Danihell :D

quarta-feira, 22 de julho de 2009

As intermitências da Vida



Bem, já foi apresentado aqui o tipo das terças, o das segundas e, hoje quarta, é o meu dia. O meu nome é João Miguel C. Pereirinha, sou natural de Vila Viçosa, tenho 18 anos, quase 19, signo leão e um apaixonado. E essa acho que é a palavra que mais me define em todos os aspectos.

Apaixonado por todos os projectos em que me coloco, por todas as coisas a que me dedico, tentando sempre superar-me a cada passo que dou na vida. Adoro escrever e para enriquecer a forma como escrevo leio também muito, por vezes tornando isso até num vício, passando desde o jornal diário, pelo livro de romance, ficção cientifica, filosofia até ao livro de psicologia, e claro está tenho um espaço muito especial para a literatura portuguesa e para os poemas do Fernando Pessoa, sendo este, para mim, um dos maiores génios a ter habitado no nosso mundo.

E isto só podia estar, obviamente, ligado a mais uma paixão minha: comunicação social/jornalismo. Adoro tudo o que tem a ver com isso, desde a escrita como já referi, aos vídeos, maioria deles feitos para este projecto e que podem acompanhar no youtube e no daylimotion, e à rádio, que deu origem a todo este projecto, que já se me vai escapando pelos dedos.

As minhas principais características, são a análise crítica que demonstro em relação a determinados assuntos que não ache bem esclarecidos, o empenho que tenho para com tudo, como já disse, apaixonado, o meu sentido democrático e afincadamente politico, o olho verde que até aos 12 anos todos julgavam ser azul e o levantar de sobrancelha (direita) em tom de interrogação p’ra quando não gosto ou me questiono sobre algum assunto. Adoro ser irónico, de dizer as coisas com certa delicadeza, gerindo-me sempre por princípios muito diplomáticos, e de ter alguma elegância nisso, pois, a ida à Lua não teria sido o mesmo se Armstrong não a tivesse completado com a sua magnífica frase.

Apologista de que é nas coisas mais simples que estão escondidas as coisas mais lindas da vida, o meu principal defeito é fazer sempre tudo na maior das inocências e poucas vezes ver mal nas pessoas, enfim… podem esperar de mim o melhor que sei, desde os poemas, as crónicas, rábulas ou contos, passando pelas análises políticas e textos muito compridos. (nota-se)

As intermitências da Vida!

E naquele dia ninguém morreu naquela aldeia…” é assim que começa o romance de José Saramago As intermitências de morte onde ele aborda as problemáticas em redor da morte, em particular o problema que seria se os seres humanos deixassem de morrer… bem, ainda não li o livro por completo, não consegui, entretanto tive, digamos, mais que fazer. Mas a minha primeira analise é que: a morte também faz parte.

Ah aquela coisa de que “o sonho comanda a vida” é muito bonito, em parte verdade, mas também é verdade de que se não soubéssemos da nossa finitude nada disto seria assim. Primeiro que tudo, tal não seria a seca de viver para sempre, pensem bem, envelhecer e não morrer; começarmo-nos a esquecer das coisas todas passadas há séc. atrás; as relações afectuosas nunca mais seriam o mesmo (a miúda referida no post do André não podia já desejar morrer, ao menos isso), os casamentos começavam mesmo a ser para sempre; nunca nos lívrariamos dos nossos inimigos de facto; o mundo ficaria sobrelotado, os chineses teriam mesmo que povoar Marte, Júpiter, Saturno, ok, o melhor seria procurarem mesmo qualquer coisa fora da via láctea; entrávamos numa crise maior do que a de hoje com a falência das agências funerárias; os hospitais deixavam de fazer qualquer tipo de sentido; a gripe A/ h1n1/ suína deixaria de aparecer nos noticiários; os assaltantes todos do mundo e psicopatas perdiam o “emprego”, não podiam assaltar ameaçando-nos de morte, mas também não podiam ser condenados à pena de morte; saiam de roda uns poucos de debates como a morte medicamente assistida, eutanásia; e os suicidas passavam só a ser malucos e lá se acabavam os atentados terroristas e a guerra entre Israel e a Palestina e um homem quando tivesse farto disto tudo não se podia simplesmente matar; com isto tudo também todas as religiões, praticamente todas baseadas hoje em dia apenas e unicamente sobre o mistério pós morte, pois a quase todos os outros a ciência se não deu resposta, em parte, desfez ou desacreditou a resposta religiosa, desapareceriam, lá se iam as peregrinações a Fátima, esta que acho que já devia ser desporto olímpico, e os cemitérios passavam a ser parques temáticos.

Bem, não, acho que isto de não morrer tirava o sabor à coisa. Pois, porque se formos a ver, a nossa vida, gira um pouco, muito, em torno do facto de sabermos que esta é finita. É por isso que estabelecemos metas em torno da idade, gerimos o tempo, temos certos cuidados, acreditamos em crenças e temos fé, enfim, é desde que sabemos que não somos infinitos que nos começámos a preocupar com o dia de amanhã, com o melhorar as condições de vida, com o evoluir. Pois uma coisa é morrer só mais tarde, outra totalmente diferente é saber, despreocupadamente, que não vamos morrer. Se assim fosse para quê apressarmo-nos em fazer fosse o que fosse, se não fizer isto hoje faço amanhã, ou depois de amanhã, ou depois de depois de amanhã, etc.… seria talvez um mundo com muito menos princípios, e espaço de certeza, que o de hoje, e tudo se tornaria muito mais banal do que já é.

Seria um pouco como se só houvesse dia e a noite deixasse de existir, como se fossemos ver o Tom&Jerry e só houvesse Tom, já para não falar no facto que se iriam acabar os notários e as heranças chorudas dos papás e ao mesmo tempo seriamos nós (mais novos) a trabalhar pra um sem fim de reformados.

Afinal, acho que, se o sonho comanda a vida, o sonho é, em grande parte, comandado pelo mistério da morte e o medo que temos deste, que funciona um pouco como motor da nossa sociedade, de avanços e recuos e em constante renovação. E depois da morte? Não sei, não sei se reencarnamos ou se existe alguma espécie de paraíso com Jesus Cristo sentado à direita do Pai ou um Inferno em chamas com um Demónio cornudo a chefiar as hostes, mas se assim é, vá eu para onde for só gostaria de ser recebido com duas palavras: Bar Aberto!