No meu caso, que escrevo poesia ‘amadora’ há cerca de 3 anos, essa mesma serve-me de descargo de consciência, de desabafo, de opressão, de raiva muitas vezes também. Quando as coisas correm menos bem, a primeira coisa que faço é abrir o Word, e escrever tudo o que me vier à cabeça. A verdade é que, ao longo do tempo, vamos perdendo o jeito, ou a prática, nem sei. Há algum tempo que já não pego nas rimas, na musicalidade de um poema e escrevo como escrevia. Na generalidade, poemas falam de paixão, de mágoa e sentimentos, relativamente.
A Poesia é algo que se pode ajeitar a qualquer um, basta pegar em tudo aquilo que sentimos e trespassá-lo para um papel ou para um disco rígido. É claro que poetas amadores há muitos, que escrevem de vez em quando, que gostam porque sabe bem ouvir e ler, porque… Uma infinidade de coisas. Depois, há os outros que o fazem de profissão, que as rimas e o sentimento lhes corre no sangue, no corpo, e fazem dela o quotidiano. De grandes poetas, surgem grandes verdades, grandes emoções em grandes poemas. Em grande parte, os poemas fazem música, muitas vezes tocam quem lê para alem de quem os escreve. Muitos pensam que a poesia é algo que surgiu há relativamente pouco tempo, mas para os que pensam assim, a poesia já tem mais do que VIII (8) séculos. A partir do século XX (20), surgiram grandes e numerosos poetas da história como Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade, Alexandre O’Neill, Sophia de Mello Breyner Andresen, entre muitos outros. Ou seja, Literatura Portuguesa, para mim, é do melhor que temos, porque é o que pode ir ficando para as gerações futuras. É o que podemos dar aos que vêm, aos que vão e aos que ficam.
Para completar este post, apresentava-vos um pequeno poema meu escrito há uns tempos:
RITMO
“Consigo ver nas tuas bolas de sabão;
Podia jurar que ainda somos nós,
Em pontas de canetas de feltro sós,
Vendidas por pedras pequenas de chão.
Obrigado pelas respostas que ainda escondes,
Pelas praias que ainda te faltam descobrir,
Onde nadas e onde te deitas em montes,
Que se afundam e abrem caminho para partir.
Confortável com os teus actos irreflectidos,
Que se transmitem em gotas de álcool;
Perdes a força no corpo já desgastado
Voltas mais tarde depois de o ar se ter esgotado.
Segues em frente, não páras nem recuas
Estão vastas as estradas, as velhas ruas.
Casas tu não encontras, ainda que as conheças,
Os olhos embaciados não querem ser o que pareças.
Bates o pé ao ritmo do quanto queres explodir,
Vai acelerando à medida para onde estás a ir.
Caminhos? Esses estão meio vazios por fora,
Não encontras o trilho para casa, já demora.
Ainda podemos ser nós sem pontos,
Sem interrogações nem reticências no meio.
Não há medos, não há história nem contos
A não ser que o que foi, não venha, não veio.”
<>
Beijinhos e abraços da cara feminina e mais jovem do Fórum,
“Consigo ver nas tuas bolas de sabão;
Podia jurar que ainda somos nós,
Em pontas de canetas de feltro sós,
Vendidas por pedras pequenas de chão.
Obrigado pelas respostas que ainda escondes,
Pelas praias que ainda te faltam descobrir,
Onde nadas e onde te deitas em montes,
Que se afundam e abrem caminho para partir.
Confortável com os teus actos irreflectidos,
Que se transmitem em gotas de álcool;
Perdes a força no corpo já desgastado
Voltas mais tarde depois de o ar se ter esgotado.
Segues em frente, não páras nem recuas
Estão vastas as estradas, as velhas ruas.
Casas tu não encontras, ainda que as conheças,
Os olhos embaciados não querem ser o que pareças.
Bates o pé ao ritmo do quanto queres explodir,
Vai acelerando à medida para onde estás a ir.
Caminhos? Esses estão meio vazios por fora,
Não encontras o trilho para casa, já demora.
Ainda podemos ser nós sem pontos,
Sem interrogações nem reticências no meio.
Não há medos, não há história nem contos
A não ser que o que foi, não venha, não veio.”
<>
Beijinhos e abraços da cara feminina e mais jovem do Fórum,
Danihell
2 comentários:
daniela, está fantástico *
Tinha mesmo que comentar este post... só para dizer que corroboro tudo o que disseste e também para reforçar essa ideia de que o poeta (fingidor por defeito) às vezes toca mais nos outros com o poema do que a ele próprio, e eu, que adoro escrever poesia, aprendi isso de forma madrasta, o que me levou a reprimir um pouco por exemplo a escrita de poemas amorosos ou, pelo menos, a dedicatória a alguém... Contudo sabes que não paro e continuo a escreve-los com relativa frequência, mudando de estilo e ritmo segunda as influências, e para mim, quase todos sabem, o maior escritor de sempre deve ter sido Fernando Pessoa... a poesia e a(s) sua(s) filosofia(s) inspiram-me. E tu também. Quando te conheci foi uma das coisas que mais me surpreendeu foi o facto de além de escreveres imensa poesia, a forma perfeita e rítmica como o fazes.
Um dia destes temos que publicar aqui os poemas que fizemos juntos :P
Beijinhos grandes.
Enviar um comentário